A VERDADE POR TRÁS DOS NÚMEROS DAS CIDADES

Números bonitos, porém, uma realidade bem diferente!

Cássio Wilborn

9/22/20253 min read

A verdade por trás dos números das cidades

Quando falamos sobre o desenvolvimento das cidades, é comum que a primeira referência sejam os números. Indicadores de educação, saúde, saneamento ou economia surgem como ferramentas para avaliar se estamos “avançando” ou “ficando para trás”. Mas será que esses números contam, de fato, a realidade que vivemos no dia a dia?

Números que não mostram a vida real

Muitos índices são apresentados como conquistas. No caso da educação, por exemplo, os resultados oficiais mostram notas que “melhoram” ano após ano. Mas basta visitar uma escola pública para perceber a contradição: estruturas precárias, professores desvalorizados e desengajados, além de jovens concluindo etapas sem o aprendizado necessário.

Ou seja, os indicadores podem até estar em alta, mas a realidade que as famílias enfrentam é bem diferente. Isso ocorre porque, muitas vezes, os números são forçados, maquiados ou interpretados de forma conveniente, servindo mais para compor relatórios do que para refletir a vida real da população.

Estamos literalmente vivendo "tempos fáceis", onde teremos como resultado "pessoas fracas"... Uma época onde qualquer cobrança nas escolas pode virar notícia por agressão, repressão, excesso de cobrança... É claro que devem existir limites, porém, esses devem existir tanto para a cobrança em excesso, como para a falta dela.

A ilusão do Governo Federal

Existe ainda um erro comum: acreditar que o Governo Federal, de cima para baixo, vai resolver todos os problemas do Brasil. Essa expectativa gera frustração. O território é imenso e, por mais que surgissem boas ideias, as medidas se perdem no caminho e dificilmente chegam com impacto direto e consistente em cada cidade.

Esperamos muito de Brasília, mas fazemos pouco em nível local. A verdade é que quanto menor a área de abrangência, maior a chance de transformação real.

Até porque, não existe preocupação alguma do poder executivo e/ou legislativo em fazer um Brasil melhor, com mais qualidade de vida. A preocupação é apenas uma: se manter no poder.

O verdadeiro poder de mudança está nos Municípios

É nos Municípios que a vida acontece. É lá que os serviços básicos chegam (ou deixam de chegar) às pessoas. Prefeituras e gestores locais têm o poder de atuar diretamente na realidade, de forma muito mais ágil e eficaz que o Governo Federal.

Isso significa que os Municípios podem ser protagonistas: criar políticas públicas que realmente façam diferença ou, infelizmente, seguir fingindo que tudo vai bem, escondendo os problemas atrás de números fajutos.

Ação

Os números são importantes, mas não podem ser o único parâmetro para avaliar nossas cidades. É preciso olhar para a experiência real das pessoas: a qualidade de vida, a dignidade e as oportunidades que cada cidadão tem acesso.

A transformação verdadeira não virá de cima, mas de baixo: da ação local, do envolvimento comunitário e da responsabilidade dos Municípios em liderar mudanças concretas.

Texto de
Cássio Wilborn

Acredito que é possível construir cidades melhores, lugares onde viver signifique ter qualidade de vida e bem-estar! É possível superar o cenário político que tantas vezes abandona nossas cidades e, sim, é possível progredir. Mas para isso, é preciso compreender que o verdadeiro motor da mudança está muito mais na própria população."