CIDADES MELHORAM COM PLANOS

CIDADES MELHORAM COM PLANOS

Vivemos um cenário em que boa parte das cidades brasileiras compartilha dos mesmos desafios: infraestrutura precária, mobilidade ineficiente, falta de espaços públicos de qualidade, com o devido mobiliário, crescimento urbano desordenado e ausência de serviços básicos em diversas regiões. Ao mesmo tempo, também sabemos qual seria o cenário ideal. Cidades mais humanas, seguras, organizadas, eficientes e que ofereçam qualidade de vida para todos.

Essa diferença entre o que temos e o que desejamos revela algo importante: o problema não está na falta de diagnóstico, tampouco na ausência de boas ideias. A questão central é outra, muito mais prática e objetiva: COMO chegar lá?

A pergunta mais importante e, muitas vezes esquecida, é exatamente essa: COMO?

O PERIGO DAS PROMESSAS VAZIAS

É muito comum ouvirmos promessas de melhorias por parte de gestores públicos, lideranças políticas ou até mesmo planos genéricos de desenvolvimento urbano (pois é impossível criar um plano de desenvolvimento que venha a valer para todo o país. Cada cidade é única, cada uma precisa de uma plano próprio e personalizado, que se enquadre com a sua realidade). Todos eles falam em “melhorar o transporte”, “trazer mais saúde”, “valorizar a educação”, “criar oportunidades” ...

Mas essas são apenas expectativas. E expectativas, por si só, não garantem mudança. Muito pelo contrário: Expectativas são o caminho mais rápido para a decepção. **(isso vale para qualquer área da vida)

Por isso, da próxima vez que alguém apresentar uma proposta ou uma solução, faça uma pergunta simples: Como isso vai ser feito?

Se a resposta não for embasada em um plano detalhado por etapas, metas e processos, NÃO SE ILUDA! qualquer um pode dizer o que seria o ideal, porém, poucos são capazes de criar um plano eficiente e prático para atingir isso.

O PAPEL DO PLANEJAMENTO

É aqui que entra o verdadeiro papel do planejamento urbano e da gestão pública estruturada: transformar ideias e objetivos em ações viáveis, com metas claras, prazos, indicadores e, principalmente, coerência com a realidade local. Na minha opinião particular, esse último é o mais importante: Coerência com a realidade local é fundamental para que qualquer ideia e plano funcionem. Caso contrário, por mais que o plano seja executado, ele pode não fazer sentido para a população e consequentemente, não ser benéfico.

Planejar é mais do que desenhar o futuro ideal. É construir um caminho possível e sustentável entre o presente e esse futuro. Sem planejamento, qualquer proposta vira promessa. E promessas sem plano são apenas discursos.

A CIDADE PRECISA DE DIREÇÃO, NÃO DE DISCURSOS

Enquanto continuarmos discutindo apenas o que queremos, sem definir como vamos alcançar, continuaremos girando em torno dos mesmos problemas. As cidades precisam de estratégia. Precisam de método e planos.

E um bom plano nasce de uma pergunta simples, porém poderosa: COMO?

CONCLUSÃO

Seja você gestor público, profissional da área ou apenas um cidadão que se preocupa com a sua cidade, comece a prestar mais atenção nas propostas que escuta. A expectativa do resultado é sedutora, mas é o caminho que determina se ela é viável ou não.

Planejamento é mais do que uma ferramenta técnica. É uma atitude responsável diante do futuro.
E é isso que melhora as cidades.

Texto de
Cássio Wilborn