FUNDO ELEITORAL

O PREÇO QUE AS CIDADES PAGAM!

Cássio Wilborn

10/7/20253 min read

💸 O Fundo Eleitoral e o preço que as cidades pagam
"Quando a política custa mais do que o desenvolvimento"

Nos últimos dias, o Congresso aprovou o aumento do Fundo Eleitoral, que passará de R$ 1 bilhão para R$ 4,9 bilhões para as eleições de 2026.

O valor, que financia campanhas políticas, será retirado de duas fontes:

R$ 3,9 bilhões de emendas parlamentares, que financiam obras e projetos;

R$ 1 bilhão de outras despesas não obrigatórias do orçamento público.

Em outras palavras: o dinheiro que poderia estar financiando obras, saúde, educação e infraestrutura urbana, assim como projetos culturais e de incentivo ao esporte, passará a bancar a disputa eleitoral.

💬 O que é o Fundo Eleitoral?

O Fundo Especial de Financiamento de Campanha foi criado em 2017, após a proibição de doações empresariais (com o objetivo de evitar segundas intenções através desses financiamentos).

Ele é composto por recursos públicos destinados a partidos e candidatos para custear campanhas, sendo a sua justificativa a de garantir igualdade de condições eleitorais.

Na teoria, a ideia é válida, até faz sentido...

Na prática, o debate é sobre quanto e de onde esse dinheiro deve vir.

🏙️ O impacto nas cidades

Ao ampliar o fundo, o governo redireciona bilhões que poderiam estar nos orçamentos municipais.

Esses recursos são justamente aqueles que financiam emendas parlamentares, que são utilizadas para pequenas obras e serviços locais que, muitas vezes, fazem a real diferença no dia a dia do cidadão.

Quando o dinheiro sai das emendas, os municípios sentem:

-> Obras de pavimentação ficam para depois;

-> Reformas de escolas e demais prédios públicos são adiadas;

-> Investimentos em saneamento e saúde básica perdem espaço;

-> Investimentos em cultura e esporte nunca saem do papel.


Enquanto isso, vemos crescer a distância entre o discurso político e a realidade urbana.

⚖️ Democracia não é só voto: é prioridade

A democracia precisa de financiamento, mas também de coerência.

Investir quase R$ 5 bilhões em campanhas eleitorais, num país onde faltam recursos para o básico, é uma inversão de prioridades.

O problema não é o fundo em si, mas o desequilíbrio entre o que é gasto para eleger e o que é investido para governar.

"Vamos fazer uma analogia: Se você quiser abrir um negócio próprio, quem deverá investir para isso acontecer? você mesmo! ... Se você quiser cursar um ensino superior, para alcançar uma profissão específica, quem deverá investir e bancar os custos deste estudo? você mesmo! ... Por que então, ao tentar alcançar um cargo político, não é o próprio candidato que deve bancar com isso?"

Dinheiro público é investido em candidatos que, muitas vezes, estão apenas "preenchendo vaga", sem nem mesmo uma proposta de trabalho fundamentada... É literalmente dinheiro perdido.

O verdadeiro fortalecimento da democracia virá quando o orçamento público refletir as necessidades das cidades e não os interesses das campanhas.

💭 Um chamado à consciência

Enquanto bilhões são disputados por partidos, as cidades esperam...

Esperam investimento, planejamento e visão de longo prazo.

O Brasil não precisa apenas de eleições justas...

Precisa de gestão justa! Onde cada real público retorne em qualidade de vida, e não apenas em marketing político.

✍️ Por fim...

O aumento do Fundo Eleitoral reacende uma pergunta fundamental:

Estamos financiando a democracia ou apenas a disputa pelo poder?

Até que a resposta a essa pergunta mude, nossas cidades continuarão pagando a conta!

Texto de
Cássio Wilborn

Acredito que é possível construir cidades melhores, lugares onde viver signifique ter qualidade de vida e bem-estar! É possível superar o cenário político que tantas vezes abandona nossas cidades e, sim, é possível progredir. Mas para isso, é preciso compreender que o verdadeiro motor da mudança está muito mais na própria população."