POLUIÇÃO VISUAL
Como ela afeta sua cidade e o seu bem-estar
Cássio Wilborn
8/9/20254 min read


Poluição Visual: como ela afeta sua cidade e o seu bem-estar
Você já caminhou por uma rua repleta de placas, anúncios, cartazes, fios expostos e fachadas com cores e formatos que competem entre si?
Talvez tenha saído dali com a sensação de cansaço, mesmo sem ter feito esforço físico. Esse é um dos efeitos da poluição visual, um problema urbano silencioso, mas que impacta diretamente na qualidade de vida das pessoas.
O que é poluição visual?
Poluição visual é o excesso de elementos artificiais que competem pela nossa atenção no ambiente urbano.
Ela pode se manifestar de diversas formas:
-> Placas publicitárias e comerciais em excesso;
-> Cores e tipografias conflitantes;
-> Cartazes colados de forma irregular;
-> Fios elétricos e cabos expostos;
-> Pinturas e estruturas mal conservadas.
Embora muitos desses elementos sejam parte natural de uma cidade viva e ativa, o problema começa quando eles aparecem de forma desordenada, sem harmonia e sem controle.
Como a poluição visual nos afeta
1. Cansaço mental
O nosso cérebro é constantemente bombardeado por informações. Quando a quantidade de estímulos visuais é muito alta, precisamos filtrar o que é relevante e ignorar o que não é. Essa é uma tarefa cansativa para o nosso cérebro.
Esse desgaste mental pode influenciar nosso humor, nossa paciência e até a disposição para caminhar ou permanecer em determinados espaços.
2. Menos segurança
Quando há muitas placas e sinais diferentes, a sinalização de trânsito perde destaque. Isso pode gerar confusão, aumentar o risco de acidentes e prejudicar a mobilidade, principalmente para pedestres e ciclistas.
3. Desvalorização do espaço urbano
Bairros e ruas com aparência desorganizada passam uma sensação de abandono, o que reduz a atratividade para novos investimentos, turismo e até mesmo para quem mora ali.
O contraponto: uma cidade visualmente “limpa”
Uma cidade com sinalização padronizada, fachadas bem cuidadas e anúncios organizados transmite tranquilidade, segurança e orgulho para seus habitantes.
E o melhor: não se trata de “gastar mais”, mas de ter cuidado, manter regras claras e zelar pelo espaço público.
Esse tipo de ordenamento valoriza imóveis, atrai visitantes e melhora a experiência de quem vive ou trabalha no local.
O papel da prefeitura no combate à poluição visual
A administração municipal pode agir de forma estratégica para prevenir e corrigir a poluição visual. Algumas medidas práticas incluem:
-> Regulamentar anúncios: estabelecer tamanhos máximos, materiais e locais permitidos, assim como, proibidos, para publicidade externa;
-> Criar um padrão de sinalização: garantir legibilidade, proporções e harmonia visual.
-> Fiscalizar e remover irregularidades: É uma atividade que precisa ser feita de forma contínua, retirando placas e cartazes que não seguem as normas.
-> Promover programas de embelezamento urbano: Criar programas que incentivem o cuidados das fachadas e melhorias visuais não apenas no centro, mas em todos os bairros.
Como a população pode participar
Cuidar da estética da cidade não é apenas dever do poder público. Eu diria até que é extremamente o oposto. A iniciativa privada e os próprios moradores têm papel fundamental, afinal, quem usa a cidade são os moradores, ou seja, são eles mesmos os beneficiados. Com isso, o maior interesse em manter a cidade bonita deve ser do próprio usuário.
Aproveito para trazer aqui novamente uma passagem já colocada em outras publicações: "Criar expectativas de que "os outros" irão ou devem fazer algo por você é o caminho mais rápido para a decepção!"
Por isso, o cuidado com a beleza da cidade inicia com os seu usuários. Algumas ações simples que podem trazer resultados são:
-> Padronização de fachadas comerciais: seguir orientações urbanísticas para manter harmonia. Não significa que tudo deve ser igual, pois perderia totalmente a personalização de cada usuário. Entretando, seguir diretrizes e proporções adequadas podem melhorar até mesmo a comunicação com o cliente;
-> Remoção de cartazes e banners antigos: Maneira simples de evitar a sobreposição e o acúmulo de informações;
-> Pintura e manutenção regular: Manter paredes, muros e letreiros em bom estado é o mínimo para uma cidade com boa aparência. É inegável que você se sente melhor em um ambiente limpo, não é mesmo??
-> Participação em mutirões de limpeza: Okay, essa eu concordo que atualmente pode ser um tanto quanto utópica. Mas a ideia era justamente causar esse impacto em você leitor. Entretanto, agora pense comigo: Talvez seja realmente improvável reunir pessoas para limpar espaços urbanos. Então, aqui entraria o poder público. Em contrapartida, seria relativamente mais simples limpar o seu pequeno trecho de passeio público, ou a frente do seu estabelecimento ou residência, não é mesmo?
Incentivos possíveis
Para estimular a colaboração, a prefeitura pode criar políticas como:
-> Redução de taxas para comerciantes que mantêm suas fachadas padronizadas e limpas;
-> Concursos e premiações para ruas ou bairros mais bem conservados;
-> Parcerias público-privadas para requalificação de áreas comerciais com comunicação visual padronizada.
Talvez você leitor possa pensar que seria inútil realizar esses programas, pois não iriam funcionar... E realmente, se a população não acreditar nesse tipo de campanha, elas não funcionam! Então aqui, novamente vale destacar: O poder de uma cidade ser melhor ou pior está na sua população!!
Da mesma maneira, Gestores Públicos podem ter a ideia de que isso não funcionaria. Porém, o que muitas vezes não funciona são grande obras sem um pensamento a respeito do seu funcionamento. Aqui foram citadas ideias que dependem de investimento quase zero, que dependem muito mais de iniciativa e liderança!
Conclusão: A poluição visual é mais do que um incômodo estético, é uma questão de saúde mental, segurança e desenvolvimento urbano.
Com ações coordenadas entre poder público, empresários e moradores, é possível construir uma cidade mais bonita, funcional e agradável.
Afinal, cuidar do que vemos ao nosso redor é também cuidar de como nos sentimos no lugar onde vivemos. Se você se preocupa com sua qualidade de vida, deve se preocupar com os ambientes que frequente, deve se preocupar com sua cidade!
Texto de
Cássio Wilborn


"Acredito que é possível construir cidades melhores, lugares onde viver signifique ter qualidade de vida e bem-estar! É possível superar o cenário político que tantas vezes abandona nossas cidades e, sim, é possível progredir. Mas para isso, é preciso compreender que o verdadeiro motor da mudança está muito mais na própria população."
